Aqui no Brasil, a população já se acostumou com as faixas exclusivas para ônibus, que se popularizaram nas últimas décadas com o desenvolvimento dos BRTs (Sistemas de Trânsito Rápido de Ônibus).
E se houvesse faixas exclusivas para motos nas cidades? Em 2021, a frota de motocicletas no país atingiu a marca de 30,2 milhões de unidades, um aumento de 64% em relação a 2011, segundo dados da Abraciclo.
De acordo com a mesma Abraciclo, que é a entidade que reúne as principais fabricantes de motos instaladas no Brasil, o país já conta com 36,9 milhões de pessoas com habilitação na categoria A, um salto de 47,9% em apenas dez anos.
Benefícios das faixas exclusivas para motos
Esses crescimentos significativos, obviamente, se refletem no trânsito, com maiores impactos para as médias e grandes cidades. Daí a justificativa para a ideia de criar faixas exclusivas para motos.
Mas não é só isso. Quem defende a ideia também chama a atenção para o fator segurança. As faixas exclusivas para motos nas cidades poderiam contribuir, segundo essa visão, para a redução dos acidentes e mortes envolvendo motociclistas.
Conforme dados do Ministério da Saúde, a taxa de internação de motociclistas no Brasil saltou de 3,9 por 10 mil habitantes para 6,1 por 10 mil habitantes entre 2011 e 2021, um crescimento de 55% que considera, somente, a rede do SUS (Sistema Único de Saúde) e conveniados.
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Malásia é referência em faixas exclusivas para motos
Na Malásia, as faixas exclusivas para motos, também conhecidas como motofaixas, são uma realidade desde os anos 1970. Só para que você tenha noção, o país asiático conta, atualmente, com 460 quilômetros de vias destinadas às motocicletas, dos quais 260 quilômetros são de exclusividade.
É importante observar que as faixas exclusivas para motos na Malásia só foram possíveis por meio de um considerável investimento em infraestrutura. No país asiático há, até mesmo, viadutos, pontes e túneis exclusivos para motocicletas.
E no Brasil? Há faixas exclusivas para motos nas cidades?
Em São Paulo, maior cidade do Brasil, a Prefeitura já manifestou a intenção de criar faixas exclusivas para motos nas marginais dos rios Pinheiros e Tietê. Uma comitiva da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) chegou a viajar para a Malásia com o objetivo de colher mais detalhes sobre a experiência do país asiático.
O sucesso do modelo conhecido na própria capital paulista como Faixa Azul também contribuiu para o interesse do órgão municipal no que diz respeito à implantação das faixas exclusivas para motos, uma vez que na Av. 23 de Maio, após um ano de implementado, nenhuma morte de motociclista foi registrada no local.
Contudo, há diferenças entre os conceitos de faixas exclusivas para motos e Faixa Azul. No modelo da Faixa Azul, não há exclusividade na via – ela ocupa o espaço entre os carros nas faixas de rolamento 1 e 2.
Entre as principais vantagens da Faixa Azul, podemos destacar que o investimento é menor, uma vez que ela utiliza apenas sinalização horizontal e vertical, ou seja, aproveita um espaço que já existe. Com a sua criação, as motos trafegam com mais disciplina, sem alterar a dinâmica da via.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a faixa tem esta cor pois, na psicologia das cores, o azul representa a tranquilidade e a segurança – comportamentos que a sinalização pretende transmitir aos usuários.
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Também segundo a CET, o uso da Faixa Azul não é obrigatório. O motociclista é orientado a utilizá-la em caso de trânsito lento.
Também é válido salientar que, de acordo com a Prefeitura de São Paulo, a Faixa Azul não vai acabar com as ciclovias que já existem nas marginais da cidade. Para ser implementado, o projeto-piloto também depende de autorização do governo do Estado.
Agora, queremos saber a sua opinião: você concorda com as faixas exclusivas para motos nas cidades? O que esta medida mudaria na sua rotina?
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Referências:
http://www.cetsp.com.br/consultas/faixa-azul/perguntas-e-respostas.aspx
