A mobilidade urbana é uma das questões sociais mais estudadas atualmente no Brasil.
A pandemia do Covid-19 afetou profundamente a forma como as pessoas se deslocam nas cidades e, é claro, como as pessoas utilizam – ou não mais – o transporte público. Muitas pessoas deixaram de usar ônibus, trens e metrôs por medo de contágio.
Em paralelo, o esvaziamento das cidades e os novos sistemas de trabalho, como o híbrido e o remoto, foram decisivos para a necessidade de rever os meios de transporte em todo o mundo.
Enquanto o transporte público se vê em crise, outras tendências e tecnologias se aproximam do setor para tentar reorganizar o transporte e a mobilidade urbana no Brasil.
É sobre essas tendências que pretendemos falar aqui neste artigo, portanto, continue com a gente e boa leitura!
Leia também: Mudanças e tendências da mobilidade urbana no Brasil.
Quais são as tendências e tecnologias para a mobilidade urbana no Brasil?
Com a diminuição do trânsito e do fluxo de usuários, uma das grandes perguntas das grandes cidades é como financiar o transporte público, já que ele sempre foi pago pela renda gerada pelas tarifas.
Essa é uma das principais mudanças estruturais que deverão ocorrer em relação aos transportes públicos, pois poderão ser necessários a intervenção das esferas governamentais e outras formas de fazer as licitações no setor através de um novo marco regulatório.
Por outro lado, os transportes individuais estão em alta, justamente por conta da crise do transporte público. Como forma alternativa mais procurada de se locomover nas cidades, os aplicativos de mobilidade tipo Uber ganharam destaque, se tornando uma das soluções mais procuradas atualmente.
Para quem perdeu o emprego na pandemia e dispunha de um carro, o transporte por aplicativo de mobilidade se tornou uma fonte de renda.
Esses dois fatores não podem exatamente ser chamados de tendências, haja vista que já são uma realidade na maior parte dos países, especialmente no Brasil.
Outras tendências e tecnologias estão em desenvolvimento. Confira a seguir.
Infraestrutura das cidades e multimodais
O que em um primeiro momento foi a abertura de ruas e ciclovias para atender à demanda de evitar aglomerações, agora tem outro sentido.
Nas cidades, é uma das tendências as criações de espaços multimodais, onde as pessoas possam ter acesso a diversos meios de transporte, desde os transportes públicos até bicicletas e patinetes.
De acordo com especialistas, esses espaços são conhecidos por HUB de mobilidade e podem abrigar aquelas pessoas que se deslocarão de formas diferentes a depender do trecho.
Associação entre meios privados e públicos de transporte
Depois do que se viu em alguns lugares, o Brasil inclusive, com a disputa acirrada entre novos operadores e transportes tradicionais, ficou evidente a necessidade de articulação entre operadores tradicionais e novos modelos de transporte, já que os objetivos são comuns e a demanda nas grandes cidades é crescente e não consegue ser absorvida pelo transporte público apenas.
Dessa forma, a integração entre os tipos de transporte público e privado, coletivo e individual podem ganhar força e ser uma forma de diminuir o uso de carro privado, trânsito e poluição nas cidades.
Revisão nos benefícios dos transportes públicos
Atualmente, os benefícios de gratuidade da passagem para estudantes ou idosos, por exemplo, são subsidiados pelo valor embutido na tarifa normal e levam em conta apenas a condição e não a renda daquele indivíduo.
A revisão desses benefícios não pretende excluí-los, mas concedê-los apenas a quem tem essa necessidade, sendo oferecidos por renda.
Tarifação dos carros
Além dos impostos já pagos por quem tem carros, a ideia é tarifar os veículos, já que os custos do seu uso são socializados (congestionamentos, poluição, barulhos) com quem não tem carro.
A ideia é usar o valor arrecadado nesse tipo de tarifa, bem como com os estacionamentos pagos, tipo zona azul, em investimentos nos transportes públicos.
Novas tecnologias no transporte público
Neste quesito, muito tem se falado sobre uma transformação digital que passa por novos meios de pagamento, mas vai além, com novos softwares e promessas de tecnologias em constantes transformações.
Reconhecimento facial
O reconhecimento facial é uma das tecnologias que vem ganhando espaço no cenário da mobilidade urbana.
A tecnologia permite identificar as pessoas por meio de suas características faciais, como o formato do rosto, os olhos, o nariz e a boca e pode ser usado para diversos fins, como segurança, controle de acesso, pagamento de tarifas e concessão de benefícios e gratuidade.
Essa ferramenta pode trazer benefícios para a segurança, a eficiência e a comodidade dos usuários do transporte público, mas também apresenta desafios e riscos no que diz respeito à privacidade, à precisão e à ética.
O reconhecimento facial não estará mais restrito ao embarque dos passageiros, fazendo parte do cadastro deles.
Atendimento por Chatbot
Com postos de atendimento fechados e redução do número de atendentes, o relacionamento com os clientes cuja demanda não diminuiu, precisou incorporar canais digitais e robôs para atendimento.
Essa é uma alternativa viável e que consegue êxito em garantir o relacionamento entre as empresas de transporte e os usuários.
Por meio dessas informações, apresentamos algumas novidades e tendências tecnológicas para o transporte urbano e a mobilidade no Brasil.
Muitas das informações dizem respeito às formas de organização dos sistemas de transportes e das tecnologias que passarão a ser empregadas, além das discussões éticas e debates acerca da funcionalidade de cada uma.
Todas as soluções apresentadas têm o poder de trazer benefícios, assim como vem sendo a adoção dos aplicativos de mobilidade urbana tipo Uber, que muito contribuem para o deslocamento rápido e seguro dos cidadãos das grandes cidades.
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Referências:
